A pimenteira é uma planta exigente em calor, sensível a baixas
temperaturas e intolerante a geadas, por isso deve ser cultivada
preferencialmente nos meses de alta temperatura, condição que favorece a
germinação, o desenvolvimento e a frutificação, obtendo-se assim, um
produto de alto valor comercial com menor custo de produção.
Para a pimenteira, as temperaturas médias mensais ideais
situam-se entre 21oC a 30oC, sendo a média das mínimas ideal 18oC, e das
máximas em torno de 35oC, sendo que temperaturas acima 35oC prejudicam a
formação dos frutos. A germinação é favorecida por temperaturas do solo
entre 25oC e 30oC, sendo 30oC a temperatura em que ocorre o menor
intervalo de dias entre semeio e germinação, e temperaturas do solo
iguais ou inferiores a 10oC inibem a germinação. Para as mudas, o melhor
crescimento é alcançado com temperaturas entre 26oC e 30oC, sendo a
temperatura de 27oC considerada como a ideal para favorecer o desenvolvimento
das plantas.
Baixas temperaturas inviabilizam a produção, provocando a queda
de flores e frutos, além de influenciar negativamente a pungência e a
coloração dos frutos, provocando redução do valor comercial,
principalmente se o produto for destinado à industrialização. Estes fatos
são facilmente verificados quando se compara plantios sob proteção
plástica e em campo aberto. Além destes efeitos, as baixas temperaturas
também podem ocasionar estiolamento de folhas maduras, murcha de partes
jovens e crescimento lento. Não há informações sobre os efeitos do
fotoperiodismo ou da termoperiodicidade em pimenteiras.
Nas diferentes regiões produtoras do Sul e Sudeste do país as
temperaturas elevadas consideradas ideais acontecem na primavera e verão,
sendo indicados nos catálogos de empresas produtoras de sementes os meses
de agosto a janeiro para semeadura. Entretanto, nas regiões serranas e de
temperaturas mais amenas, a época mais conveniente é de setembro a
novembro em razão de sua exigência em temperaturas elevadas.
No Rio Grande do Sul, na região de Pelotas, a semeadura de
pimenta 'Dedo-de-Moça' é feita em agosto e o transplante das mudas
realizado em setembro/outubro. No estado de São Paulo, o semeio ocorre no
início da primavera com o transplante das mudas para campo aberto ou sob
coberturas plásticas a partir de 40 a 50 dias após a germinação, podendo
estender-se até meados de janeiro e fevereiro, como ocorre na região
oeste, nos municípios de Jales e Estrela do Oeste. Nestas regiões, com
altitudes inferiores a 400 metros e inverno ameno, o ciclo da cultura
estende-se por todo ano, sem restrições de época de plantio. Nas regiões
com temperaturas amenas do estado de Minas Gerais, a semeadura ocorre de
agosto até fevereiro, embora o período mais indicado, em função das
temperaturas mais elevadas, seja de setembro a novembro. Em Paraopeba-MG,
o semeio de pimenta ‘Malagueta’ em bandejas de isopor sob cobertura
plástica é realizado nos meses de julho a outubro, com transplante para
campo a partir de agosto, podendo estender-se até dezembro.
Altas cotações para o produto são alcançadas nos meses de
inverno quando o Sul e Sudeste são abastecidos principalmente, pela
produção das regiões Nordeste e Centro-Oeste, originadas dos estados de
Bahia e Goiás, respectivamente. Na região Centro-Oeste, não havendo
restrição de temperatura, o cultivo de pimentas, como 'De Cheiro', 'Bode
Vermelha', 'Bode Amarela', 'Cumari do Pará' e '‘Malagueta’', pode ser
realizado durante o ano todo, com irrigação suplementar no período seco.
Normalmente, a semeadura é feita em novembro mas pode estender-se até o
final de janeiro. Na região de Catalão, a semeadura de pimenta do tipo
'Jalapeño' é feita em fevereiro/março com transplante a campo a partir de
abril. Situação similar é observada em plantios de pimenta doce para
páprica na região de Brasilândia de Minas-MG, onde a semeadura direta em
campo é feita de março a abril. Na região Nordeste deve ser evitado o
plantio na estação chuvosa por dificultar o preparo de solo, tratos culturais
e o controle fitossanitário. Em solos de boa drenagem, os plantios na
região de Petrolina-PE, podem ser iniciados a partir de janeiro, embora o
período preferencial seja de março em diante.
Cultivo Protegido
A técnica de cultivo protegido é utilizada em locais ou épocas
em que as condições climáticas, principalmente variações das temperaturas
noturna e diurna, distribuição e intensidade das chuvas e ainda direção e
velocidade dos ventos, podem interferir no desenvolvimento das plantas ou
na qualidade dos produtos. Nestes casos, o cultivo é feito em
casa-de-vegetação cujo teto, laterais, frente e fundos são de plástico,
ou somente o teto é de filme e as laterais, frente e fundos de tela. A
definição das características quanto às dimensões, tipo de teto, tipo do
filme ou tela, direção do eixo longitudinal, é baseada em dados
climáticos do local.
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